Fonte: B3 – “Ibovespa B3 bate novo recorde e fecha acima dos 147 mil pontos pela 1ª vez; dólar cai a R$ 5,36”
O Ibovespa fechou o dia 28 de outubro em alta de 0,31%, atingindo 147.428 pontos. É o maior nível da história.
O motivo apontado pela B3 foi o bom humor do mercado após o encontro entre Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva, somado à expectativa de corte de juros pelo Federal Reserve.
Nada de novo nos fundamentos, apenas o mesmo roteiro de sempre: expectativas e narrativas.
A Bolsa sobe, o dólar cai para R$ 5,36, e o otimismo se espalha. Mas quem olhar com calma verá que o cenário real não mudou.
O Brasil continua com a mesma estrutura econômica, a mesma incerteza fiscal e as mesmas disputas políticas.
O que há de concreto é a expectativa de um corte de 0,25 ponto nos juros americanos. Fora isso, é mais uma terça-feira de euforia importada.
Mesmo o encontro de Lula com Trump teve mais de gesto do que de conteúdo.
Nos bastidores, o presidente brasileiro demonstrou incômodo com a presença do senador Marco Rubio nas conversas — sinal claro de que nem tudo foi cordial.
Ou seja, o mercado viu aproximação onde há, na verdade, divergências.
O destaque positivo do dia foi a Marfrig, que subiu 15,6% com o anúncio da Sadia Halal, e a Vale, que avançou 0,88%.
Fatos isolados. O índice subiu porque a liquidez global empurra capital para onde há espaço.
Mas isso não é prosperidade, é reflexo momentâneo.
A alta do Ibovespa é um dado técnico, não um sinal de mudança de ciclo.
O recorde é apenas uma fotografia de um dia em que o humor global coincidiu com o noticiário local.
Quando o cenário externo virar, a euforia some e os números voltam ao chão.
O investidor que lê o mercado com calma sabe: é preciso separar movimento de tendência, euforia de consistência.
O Brasil continua o mesmo. Só o pregão mudou.
Fonte:
B3 – “Ibovespa B3 bate novo recorde e fecha acima dos 147 mil pontos pela 1ª vez; dólar cai a R$ 5,36”, publicado em 28/10/2025, por João Paulo dos Santos.
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